Star Wars Primeiro Filme

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Vivia dividida sobre quem eu seria. No entanto, essa duvida não durou muito: sabia que não teria coragem de magoar as pessoas que eu amava transgredindo. Logo, só me restava o sacrifício de ser quem não era para salvar meus pais da minha vergonha. Eu, era o Shiryu. O paladino que sempre faz a coisa certa, que não exita em se machucar por aqueles que ama. Endureci, e exceto pelas personagens de videogame e RPG, não mais me identifiquei com nenhuma personagem de filme, série ou desenho. Sempre tinha uma desculpa na ponta da língua. Nos jogos de luta eu sempre era a menina: Chun Li, Orchid, Kitana e Vampira, porque elas eram rápidas e ágeis. No Mario Kart, sempre escolhia a Princesa por causa de sua manobrabilidade, ao menos era o que eu me dizia. No jogos de RPG, falava que preferia jogar com mulheres porque era um desafio de interpretação. Desculpas e mais desculpas para não admitir para mim mesma o que eu já há muito sabia. Enganei minha dissonância até que Star Wars com a Rey e sobretudo com a Ahsoka Tano a tornaram novamente insuportável.

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Como queria ser uma, mas nessa época ainda não sabia que era uma menina. Só sofria mesmo com a dissonância inexplicável entre querer ser alguma coisa que não me era permitida. Não entendia nada, só me conformava na medida do possível. Dessa primeira infância me lembro claramente do Esquadrão Relâmpago Changeman e suas transformações, veículos e robôs gigantes. Ficava dividida entre a motoqueira invocada, a Change Fênix, e a frieza amargurada do líder, o Change Dragon. Essa dualidade me acompanharia pelo resto da vida sob diversos outros avatares. Não conseguia compreender o porquê de só poder vestir a máscara vermelha do protagonista, se anteriormente haviam me dado a bonequinha da Cheetara para brincar. Talvez fosse apenas pela completeza do conjunto, pois também tinha o Lion-O, o Panthro e o Tygra. Não me lembro de questionar, e como criança comportada que era, só aceitei. Posteriormente vieram Jiraiya, Cybercops, Tartarugas Ninja e He-Man, séries com subrepresentação feminina. Os questionamentos, embora latentes, ficaram esquecidos.

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Depois do sucesso da Marvel, ficou claro que séries de filmes devem ser controlados por um produtor ou então por um único direitor, pra evitar divergências criativas entre diretores diferente, além de todo o planejamento necessário. Mas nessa trilogia atual de Star Wars, parece que a Disney queria seguir um modelo de um diretor por filme, pois o primeiro seria o J. J. Ambrams, o segundo o Rian Johnson e o terceiro um cara random chamado Colin Trevorrow. Depois desse desfecho ficou claro que isso foi um erro fatal, que pode ter matado Star Wars pra sempre. Então, pq?

Foda que eu não curto ir no cinema na primeira semana do filme. O cinema lotado é um saco, por ter tanta gente aumenta a chance de ter aqueles caras que não calam a boca, ou que ficam mexendo no celular durante o filme, ou 200 pessoas comendo pipoca que nem uns porcos comendo lavagem, aí me dá nos nervos. Vou tentar ir ver semana que vem (de preferência na quarta, porque acho caro pra caraio pagar 25 conto pra ver um filme, 50 se contar a esposa, mais uma pipoquinha, refrigerante, estacionamento e combustível, dá no mínimo uns 150 paus). Eu achei o TFA legal pelas cenas de ação e efeitos especiais, a história que tentaram emplacar não tem nem pé nem cabeça por enquanto (que é algo que acho que vão resolver no TLJ), teve muito pouco desenvolvimento de história e personagens. O Rogue One ídem, fora a Jin, os outros personagens totalmente rasos, primeira metade do filme chatíssima, mas a segunda metade muito legal. Tô bem ansioso pelo TLJ também. :)

Por que tinha que me identificar tanto com elas e não com algum personagem masculino como o Poe Dameron ou o próprio Anakin? Por que os produtores não a fizeram homens? Seria tudo tão mais fácil. Poderia continuar enganando a mim e a todos ao meu redor de que era um menino. Afinal, homens não crescem, apenas os brinquedos ficam mais caros. Chegara enfim a hora de crescer e deixar a menina, enfim, florescer. Trangredir. Era inevitável. Uma excelente semana a todes. Se tiverem um tempinho, comentem sobre seus heróis de infância aqui. Um beijo para a minha mãe, para o meu pai e para vocês. Gabi

Anos de tranquilidade subitamente interrompidos por Patrine. Provavelmente, a primeira série com protagonista feminina que, mesmo às escondidas, assisti. Não entendia a fascinação. Quase simultaneamente vieram os X-men e a identificação imediata com a destemina e reprimida Vampira e a forte e sábia Tempestade. De alguma forma, à época já sabia que não me era permitido gostar de personagens femininas, por isso forcei-me futilmente a substituí-las pelo Wolverine e pelo Ciclope, que ao meu ver manifestavam as mesmas personas: rebeldia e conformidade. A dualidade renovava-se. Enfim chegamos ao final de 1994. Havia recentemente descoberto a minha natureza de menina presa em um corpo de menino. Da possibilidade impossível de transicionar. Sem perceber, muitas das minhas questões fizeram sentido. A incessante briga interna entre transgredir e me conformar. Já não era mais uma criança inocente. Sabia da minha cina. Sabia que precisaria ser alguém antes de poder ser eu mesma. Não podia mais ser criança.

De um modo geral, acho que star wars acabou nos três primeiros mesmo. As prequels eu não achei tão ruim pelo elenco mas os midoclorins foram uma ideia besta. Esses novos da Disney achei um desastre, só vi o primeiro mas me pareceu um remake do ep4 com personagens étnicos e uma mulher no lugar do protagonista, ou seja, tentou ser politicamente correto. Eu já aceitei que star wars já era, deu o que tinha que dar, e acho melhor parar de fazer filme pq chegamos num ponto que tem 3 filmes bons contra 6 porcarias, sem contar os spin offs... Na minha opinião, quem ainda curte tem que fazer um malabarismo mental pra falar que esses filmes novos são bons, coisa de fanático, me dá pena...

May 9, 2021