Madrinhas De Guerra

  1. Madrinha de guerra – Wikipédia, a enciclopédia livre

A vida continuava. Por duas ou três vezes houve um último aerograma sem resposta do lado de lá. O passar dos dias encarregou-se de apagar a dúvida, um pensamento doloroso. De todos os afilhados de guerra, só conheci um. Acabada a sua tarefa, voltou para a terra e veio conhecer-me. Trouxe o irmão com quem tinha sido criado e ficou amigo lá de casa. As coisas que ele contava eram um mundo à parte. Ajudou-me a compreender a tal realidade que nos passava um pouco ao lado e trouxe-me algumas respostas às tais perguntas difíceis. Ajudou-me a crescer em consciência. Hoje recordo-lhe o riso franco e aberto. O Tempo, esse insano amigo, levou o resto. Soma de Letras

Madrinha de guerra – Wikipédia, a enciclopédia livre

Divertíamo-nos com aquilo e isso era parte do nosso pequeno mundo. A última página era uma lista de pedidos de correspondência: Beltrano Sicrano, 1º cabo do RA5, em comissão de serviço na Guiné, deseja corresponder-se com menina dos 17 aos 25 anos, alegre, comunicativa e que goste de música pop. Resposta para o SPM 123456789. Era mais ou menos este o teor do pedido. Entrou na moda, estava na moda. Então eu respondia a esses gritos de solidão, de liberdade adiada. Durante três ou quatro anos fui madrinha de guerra de uns quantos soldados. Os aerogramas não tinham franquia, pelo que a correspondência circulava com muita assiduidade. Eram palavras simples, descrições do dia a dia, relatos de filmes, letras de canções, poemas, fotografias, postais ilustrados. Enfim, baús cheios de tesouros para quem estava confinado ao mato, à imensidão africana, longe de tudo e de todos. Havia um dia em que o aerograma trazia a notícia do fim da comissão, o agradecimento profundo pelos bons momentos de leitura e o conforto que as palavras da madrinha desconhecida tinham dado.

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Lembra-se desse dia. Tão bem. Fazia o turno da noite. Era um momento de calma no hospital. O Funchal espreguiçava-se lá em baixo.... - Caro militar..... caro afilhado..... caro amigo..... Se se lembra do nome? Perfeitamente. Era o Guerrinha. - O Guerrinha na guerra.... (ri) Nesse tempo, não tinha muita noção do que era aquilo. Sentia que devia ser uma coisa de muito sofrimento, mas não tinha muito bem estruturado dentro de si o que significaria era obrigação de ir para a África; era politíca e a politica não lhe dizia praticamentenada. Não falavam nisso entre as raparigas. Só quem tinha familiares no ultramar é que se interrogava, ou não. Os rapazes tinham de ir. Pronto. - Participei nisto de ser madrinha de guerra por ser meio solidária, meio maluca, meio atrevida. Ele estava em Moçambique. Ela aqui. Ele não era madeirense. Ela sim. Portanto, o que tinha a fazer era ouvir os seus desabafos, dar-lhe apoio, força, esperança num regresso onde ele ia encontrar um rio, um oasis de "pão e mel", de felicidade.

Umas, certamente mais do que outras, acompanhavam com ansiedade o percurso africano do(s) seus(s) afilhado(s) e acabavam por viver intensamente a situação, juntamente com a(s) família(s) a que ele(s) pertencia(m). Algumas destas mulheres estão ainda hoje vivas. Algumas destas mulheres falaram já do que foi esse seu trabalho. E confirmam. Confirmam o que sentiram, também elas, embora diferentemente, num contexto de guerra... " Fonte:

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. M adrinha de guerra refere-se a mulheres ou meninas que se correspondiam por correio com soldados em campanha, de modo a apoiá-los moralmente, psicologicamente ou até mesmo emocionalmente. A madrinha de guerra escrevia cartas para o seu soldado, mas poderia também enviar pacotes, presentes e fotografias. O termo refere-se ao período da Primeira Guerra Mundial e, em Portugal, também à Guerra Colonial. História [ editar | editar código-fonte] As madrinhas de guerra viram a luz do dia, em 1915, com a criação, por Marguerite de Lens a 11 janvier, de A família do Soldado, associação de católicos conservadores, que se beneficiaram com o apoio da publicidade gratuita no Echo de Paris [ 1]. Posteriormente, outras associações foram criadas: o Meu soldado, fundada por Bérard e apoiado por Alexandre Millerand, ministro da guerra. Em maio de 1915, o jornal Fantasio lançou uma operação conhecida como o namoro na frente, e ofereceu-se para servir como intermediário entre os homens jovens da frente e as mulheres jovens da retaguarda.

Aparentemente, as cartas "sem pruridos" dos combatentes não as escandalizavam, já que as mulheres acabavam por alimentar esse "clima", com respostas que "levavam sempre a sua pitadazinha de provocação". Os "aerogramas", nome que tinham as cartas, eram disponibilizados pelo Movimento Nacional Feminino, não precisavam de selo e eram transportadas gratuitamente pelos aviões da TAP. Por vezes, o saco com os aerogramas era atirado do avião, sendo sempre o momento da distribuição da correspondência aguardado com particular ansiedade pelos guerreiros. "Eu tinha umas cinco ou seis madrinhas e recebia umas 19 a 20 cartas por mês. De que falava? Falava de tudo, era uma espécie de despejar o caixote. Falava-lhes de ser herói, falava-lhes de solidão, falava-lhes de medo, falava-lhes de malandrices", recorda um antigo combatente. Lusa Eu fui Madrinha de Guerra Isabel Allende diz que "A escrita é para mim uma tentativa desesperada de preservar a memória. Escrevo para que me não vença o esquecimento".

Pouco se sabe do combatente Pedro Augusto Soares que terá estado, segundo consta, em França, como membro do Corpo Expedicionário Português. O que restou da sua partipação é apenas este postal-fotografia que dirige à sua madrinha de guerra. Nele, Pedro Augusto Soares remete a sua profunda amizade àquela que, em Portugal, esperaria uma palavra sua e lhe enviaria umas linhas de consolo e amparo em horas mais difíceis. "Seu affilhado de guerra, Pedro Augusto Soares. Minha madrinha Ofereço-te o meu retrato como prova d´amizade tem a desculpar em ser tam ensegneficante lembrança. » Na fotografia postal surge o soldado combatente totalmente fardado, pousando em pé para uma fotografia tradicional na sua época, junto de uma mesa. O postal pertence a Nuno Borges de Araújo, é de um familiar distante da sua mulher, de quem pouco se sabe. No imaginário português o termo madrinha de guerra surge sobretudo associado à Guerra Colonial, mas o nascimento desta figura feminina a quem, na prática, cabia animar o espírito do combatente, nasceu em França precisamente na Primeira Guerra Mundial.

Apesar de saber da existência das " Madrinhas de Guerra ", foi com surpresa que recentemente soube que uma das minhas irmãs, a Estefânia, fez parte desse grupo. As Madrinhas de Guerra foram criadas para dar apoio moral aos soldados portugueses incorporados na injusta na guerra colonial africana. Guerra essa que tantas vidas ceifou, estropiou, tanto física como psicologicamente e que também muito me marcou apesar de ainda ser na altura uma criança. Felizmente que aconteceu o 25 de Abril de 1974 e tudo isso acabou. Apresentamos de seguida um exemplar dessas cartas (aerogramas) de 1969 do nosso amigo José Plácido e amavelmente disponibilizada pela minha irmã. Provavelmente na época outras jovens casevelenses tiveram também esse papel de serem madrinhas de guerra. Se houver outras contactem-nos, que nós teremos muito gosto em publicar a(s) sua experiência(s). História: "O que foram as Madrinhas de Guerra? " "…Apresentando-se o Movimento Nacional Feminino (1961-1974) como uma estrutura de mulheres criada e organizada para apoiar os militares, as suas famílias e o esforço do Estado Português em África, fácil será entender quem foram as " Madrinhas de guerra ".

Salienta-se que as madrinhas deviam ser da mesma região, cidade ou povoação vizinha do(s) afilhado(s), por questões de afinidade, conhecimento da família e mais fácil prestação de apoio. Importa dizer que o aumento entretanto verificado do número de pedidos tornou notória a insuficiência de inscrições por parte de voluntárias, explicando-se o tipo de conteúdo que apresentámos no primeiro texto anteriormente transcrito. Vale a pena deixar claro que as " Madrinhas de Guerra " e aquilo que significavam, pelo tipo de trabalho desenvolvido, foram muito importantes em termos de apoio psicológico àqueles que estava longe de sua casa e dos seus familiares. Significavam algo mais do que o ambiente de combate vivido diariamente. Uma carta recebida e uma carta escrita eram, pois, fundamentais num contexto como aquele em que milhares de homens (jovens) se encontravam. Significavam muito. Ilusões, também. Mas isso fazia parte e mostrava-se de uma relevância extrema. As próprias voluntárias acabavam por se envolver com as situações.

May 9, 2021