Dor No Sexo
Os meus seguidores mais adeptos poderão reparar que estou atrasado para a publicação pseudo-semanal. Não é que tenha alguma desculpa. Estou só a constatar um facto. Alguns de vós poderão saber também que estou dentro de um comboio. Eu não sei se a rede da CP da carruagem 6 é muito fiável, por isso não estranhem se virem isto postado umas 4 vezes. Portantos... Tenho pena daqueles entre vós que já reconheçam a história pelo título, já que, como a mim, imagino que só pensar no acontecimento magoe. Sintam-se livres de passar já para os comentários, onde são bem-vindos a partilhar a vossa dor. Estávamos, eu, o Mário e mais 4 seletos outros, a jantar, na celebração do meu versário. Já tínhamos acabado de jantar, num bom restaurante italiano. Chegou, obviamente, a hora de pagar pela maravilhosa refeição. Depois de um difícil tempo a contar dinheiro e dividir despesas, conseguimos atingir uma totalidade que cobria o custo e deixava uma margem para a chamada "gorjeta". Então, o empregado aproxima-se (corrijam-me se estiver errado, mas tenho ideia de que ele demorou muito a vir recolher), pega na caixinha com a nossa soma, dá um passo em direção ao balcão e diz, num tom amigável: Já volto, vou buscar o vosso troco.
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Ela gritava, estava mais alta, seus olhos arregalados, sua boca mostrando máximo de dentes possíveis e balbuciando a todo instante, como um cão feroz. Ela pariu duas filhas. Filhas dela com Comum. A primeira que nasceu, foi a Culpa. A segunda, Depressão. Comum, quando acordou no outro dia, não tinha mais o seu corpo. Não conseguia o mexer. Seus pensamentos, eram embolados e podia-se escutar três vozes saindo do seu âmago. Comum se transformou. Surge o Fantoche. Penetrado em alma e corpo pela mão forte da Autocrítica, Fantoche vivia uma experiência paradoxal. Autocrítica odiava ver Fantoche errar, mas a cada erro, aumentava seu poder. E a mesma controlava isso, portanto o erro não era algo do acaso. Era destinado a ocorrer. Quanto mais erros cometidos, Autocrítica, uma bondosa mãe, redistribuía o ódio como nutriente para suas filhas. Rapidamente, Culpa começou a falar com Fantoche. - Sempre errando, sempre errando... É vergonhoso e perturbador como você consegue falhar nas mínimas atividades.
Autocrítica se mesclou com Comum, numa dança física e mental. Eram como água e açúcar. Impossível de diferenciá-los. Comum estava poderoso. Conseguia fazer de tudo, com dignidade e 'perfeitamente'. O amor de Comum pela Autocrítica crescia a cada segundo. Comum tomou a atitude e numa mistura de desejo e ambição, o sexo com a Autocrítica foi poderoso, violento. Quem dera Comum poder prever seu destino. Cada dia que passava, a relação com a Autocrítica piorava. Não era mais amor. Era abuso. Dor. Perturbação. - Por que todo dia você come essa droga no café da manhã? Dessa forma ficará mais gordo ainda! - O seu carro é nojento, sempre está sujo. No seu tempo livre, preferes dormir e assistir TV do que lavar o carro, seu preguiçoso de merda! - É sério que só conseguiu produzir isso em UM DIA de trabalho? Até o Conhecido fez melhor hoje. Você não presta nem para fazer algo que já sabe! - Chegou em casa e vai dormir? Óbvio. É sempre assim. Tenho vergonha de você. A Autocrítica tinha total controle do corpo e mente de Comum.
Nem sexo porque meu corpo está começando a desligar. Acho que meu pai está decepcionado comigo. Não acredito que ele tenha esperado muito de mim, mas acho que ele fica triste quando pensa nos filhos. Meu irmão não tá muito melhor, mas pelo menos se banca e mora com a mulher. Eu ainda moro em casa. Vou da cama pra geladeira pro computador. Hoje meu pai falou que eu deveria pentear o cabelo. Acho que nem meu cachorro gosta de mim. Acho que eu deveria tomar um banho.